segunda-feira, 17 de março de 2008

Para o meu Babezudo... postado por anonimo!


É a primeira vez que me apetece exprimir tudo o que sinto relativamente a tudo o que se passou.
Por muito que te procure entre os meus contactos on-line na internet, por muito que espere ouvir o Nabais ligar-me a pedir o número de telefone porque me queres ligar, por muito que te queira encontrar por precisar de ouvir as tuas palavras sábias para os meus piores momentos, só te consigo encontrar dentro de mim. Isso por muito que seja confortante, nunca me é o suficiente. Ficaram noites de piano, ficaram viagens pendentes, segredos por trocar, amizade por dar. Sinto que de todo o tempo em que fomos e somos amigos, que desde que te foste embora em busca do teu sonho, não te dei o suficiente. Não me dediquei a ti, como o meu sentimento mandava e como merecias porque achei que teríamos a vida inteira para o fazer. A vida provou-me o contrário, que não posso esperar para amanhã para deixar a palavra e a amizade aos que mais merecem. Queria te pedir desculpa. Desculpa por não ter ido ter contigo quando me pediste, por não ter ido nas férias até São Pedro por problemas que já não te envolviam a ti. É vergonhoso ter de o fazer, mas não sei mais como justificar alguma da minha ausência.
Recordo-me bem daquela camisa azul, das calças beges, dos sapatos de vela. Dessa fase beta em que ainda te apanhei, altura em que o Jamiroquai entrou na minha vida. Lembro-me de te ouvir falar com o Serginho que das primeiras músicas que partilharam dele foi “Too Young to Die” do Jamiroquai. É uma ironia, ouvir esse título por entres as músicas que ouço a pensar em ti, agora.
Lembro-me de te ter estragado esse teu relógio amarelo com tinta da china, que ficou com a pintinha castanha. Sei que me perdoas-te porque em muitas fotos ainda o usavas :P !
É isto que sinto por ti. Sinto-te perto. Não consigo estar com um pensamento triste a pensar em ti, porque nem nos meus momentos tristes com a tua presença os consegui ter.
A única tristeza advém da tua ausência, dos sonhos por cumprir, das músicas por partilhar, da amizade ainda meia construída à espera de cada vez mais alicerces.
Tenho chamado por ti vezes sem conta, e sinto-me mais calma quando o meu mundo desaba e me fecho num canto a falar contigo. Não, não é loucura. Simplesmente não acredito em Deus mas acredito naqueles que gosto e que sei que estejam onde estiverem que estão por mim como estou por eles. E tu, sei quais seriam as tuas palavras nestas alturas, sei que estarias comigo como nunca me deixaste, nem na fase mais turbulenta da minha adolescência.
Não havia nada melhor do que o sabor de uma conversa que parecia não acabar. Cada vez que desligávamos o telefone ou nos despedíamos pessoalmente, restava a sensação de algo ter ficado por dizer, uma opinião por trocar.
Era assim no tempo em que o telefone e a presença aconteciam sempre à hora certa, no local exacto. Sem marcação, nem obrigação, apenas com o medo de não poder acontecer outra vez. Era assim no tempo dos textos infindáveis, das dedicatórias pessoais e intransmissíveis, das palavras em nome próprio. Nada passava sem uma resposta, sem um gesto. Era assim no tempo em que eu tinha palavras para escrever na sua intuição, no seu sentimento, no tempo em que te tinha. É difícil saber quando apetece encontrarmo-nos. Não nos apercebemos de que nunca é o dia que queríamos. Hoje já não há sugestões, nem vontade de mais, porque nada nos toca, apenas desliza por nossa vontade própria.
Espero que continues a acalmar-me nos momentos em que preciso de ti, espero continuar a sentir-te e nunca perder essa sensação que não me abandonas. Estás presente. Espera por mim. Ate Já, tua Babezuda!

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